segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Mata Atlântica "grita" por atenção!

   Hoje, no dia nacional da Mata Atlântica, o NUPAS não poderia se calar, já que o estado de Santa Catarina encontra-se em sua totalidade neste bioma. A Mata Atlântica é uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçada do planeta. É também decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988. Segundo dados da ONG SOS Mata Atlântica este bioma brasileiro abrangia cerca de 1.315.460 km² do Brasil, atualmente, restam apenas 7,91% de remanescentes florestais acima de 100 hectares do que existia originalmente, e se somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares obtém-se apenas 11%.




   No Brasil, aproximadamente 112 milhões de habitantes vivem na Mata Atlântica, ou seja, cerca de 61% da população brasileira. Além disso, vivem na mata também:


  • Mais de 20 mil espécies de plantas, sendo 80 endêmicas;
  • 270 espécies conhecidas de mamíferos;
  • 992 espécies de aves;
  • 197 répteis;
  • 372 anfíbios;
  • 350 peixes.

   Portanto caro leitor, vamos aproveitar esse dia para preservar o que é nosso!

Por: Thaís Hipolito


Fonte:


terça-feira, 21 de maio de 2013

Amo muito tudo isso!

   Ter qualidade de vida requer uma boa alimentação, tal afirmação é valida não somente para as populações humanas, mas também para os animais que vivem sob nossos cuidados. Os seres humanos criam animais em cativeiro há pelo menos 25.000 anos. No processo de manutenção das espécimes em cativeiro, a alimentação fornecida, muitas vezes, é diferente da encontrada pelo animal em seu ambiente de origem. Porém como alimentar animais das mais diversas partes do mundo, e mantê-los nutridos? O alimento não tem comento o papel de satisfazer a fome do animal, faz parte também da manutenção orgânica do organismo. Nos zoológicos do Brasil o alimento oferecido às espécimes nem sempre segue uma dieta balanceada, apesar da diversidade de ingredientes existentes. Desta forma, compor a dieta nutricional de animais selvagens sob cuidados humanos exige uma verdadeira engenharia, pois nem sempre alimentar significa nutrir.


   Um animal se alimenta por dois motivos básicos: (a) preencher o estômago e (b) repor as perdas hídricas e orgânicas, lembrando que a água também pode ser considerada um alimento. O processo de nutrição dos animais em um zoológico não é tão simples. A diversidade de espécies presentes com hábitos e exigências diferentes faz  com que os profissionais atentem para alguns cuidados. O balanceamento de qualquer tipo de dieta, que alimente e nutra de forma apropriada os animais é a grande questão. Um alimento formulado que atenda a necessidade de saciar a fome do animal deve ao mesmo tempo satisfazer as exigências nutricionais do organismo, tais como energia, aminoácidos, açúcares, gorduras, minerais e vitaminas, caso contrário irá alimentar o animal sem nutrir.
   Durante a formulação de uma dieta a ser oferecida para um animal, deve-se ter como objetivo alimentar um determinado organismo a fim de alcançar a nutrição dos órgãos e tecidos. Nas mais diferentes espécies animais domésticas, os guias de exigências nutricionais auxiliam na determinação das necessidades de uma categoria animal, enquanto, as tabelas de composição dos alimentos dispõem de informações sobre o valor nutricional dos possíveis ingredientes. Fato não concreto para os animais selvagens, onde produtos comerciais indicados para espécies domésticas são incluídos na dieta. O leite PetMilk®, recomendado para caninos e felinos domésticos, é usado para alimentar filhotes das mais diversas espécies selvagens. Já os antílopes são alimentados com feno de alfafa e sal mineral para gado (formulação comercial), somente pela proximidade taxonômica destes grupos e não por suas exigências nutricionais.
   Haja vista a lacuna de informações presente, a análise de alimentos permite encontrar respostas para a nutrição de animais selvagens, criando as tabelas de composição química-bromatológica dos alimentos. Ao conhecer do que o alimento é composto o nutricionista tem potencial para criar dietas balanceadas aos animais selvagens. Em consonância, conhecer as exigências nutricionais de cada espécies também se torna imprescindível, nos diferentes estágios da vida e em diferentes épocas do ano. Com as exigências nutricionais e a composição dos alimentos permite-se formular dietas corretas. Além desses dois fatores a biologia comportamental de cada espécie influencia no sucesso da nutrição. Determinadas respostas a estímulos ambientais (temperatura, fotoperíodo) podem desencadear uma série de atitudes, que reduzam ou aumentem a ingestão de alimento ou a exigência nutricional. É possível notar que animais em atividade reprodutiva permanecem por dias consecutivos sem se alimentar, e inclusive reduzir seu escore corporal. A atividade alimentar em populações come estrutura hierárquica (ex. primatas) também deve ser revista. Geralmente o macho alfa tem preferência na escolha do alimento disponível, deixando para o restante do grupo uma menor variedade de opções. Nestes casos recomenda-se a suplementação com rações, ou seja, alimento padronizado em forma, peso e palatabilidade e composição nutricional, disponível para todos. Os horários de fornecimento do alimento, assim como o fracionamento das refeições, são outros fatores a considerar.
   Nutrir animais e não somente alimentá-los, torna-se um desafio constante. Fornecer uma dieta correta é garantir por parte a saúde do animal. Formular dietas passa a ser o ato de tomar decisões técnicas baseadas em princípios científicos. Vale lembrar que a criatividade torna-se um pré-requisito. Haja visto que dispomos de uma grande diversidade de ingredientes, nem sempre disponíveis. Atentar para a qualidade do alimento disponível e saber das exigências do animal constituem o primeiro passo. Ter a sensibilidade de reconhecer as respostas que as diferentes espécies vão ter com os estímulos do ambiente é fundamental. Temos assim a capacidade de formar uma estratégia de sucesso. Lembrando somente que um animal nutrido e fisicamente bem, não necessariamente é um animal saudável.


Por: Vilmar Picinatto Filho