Num jogo memorável, o time do Leão vence o time do Santos, demonstrando raça e força dignas de um time campeão. Quantas vezes lemos nos noticiários, manchetes como estas? Associando qualidade de animais e também da flora, a equipes de futebol, a produtos e as pessoas de modo em geral. Várias vezes. Parece-nos que as pessoas têm um amor ilimitado pela nossa natureza. Porém, a realidade é outra, e queremos discutir neste projeto como valorizar a nossa fauna nativa através de mecanismos que tenham auto grau de replicação e inserção na sociedade, demonstrando que aquele animal que é símbolo de raça e força, é um bicho típico de nossas matas e deve ser protegido.
Num país de tantos problemas sociais, não poderíamos esperar que a área ambiental fosse prioridade, ou que tivéssemos no mínimo, o mesmo "status" das demais. Porém, o que percebemos é que há uma porta de entrada, uma oportunidade, pouco explorada por ambientalistas e outras pessoas preocupadas com o tema, para valorizar a nossa fauna, a nossa natureza; agregando um valor sentimental que é muito mais forte do que um valor econômico.
No nosso cotidiano vemos a imagem, as qualidades de vários animais associadas as mais diversas situações, atribuindo a estes qualidades humanas, que podem ser "visualizadas" nestes, como a sabedoria da Coruja, símbolo dos cursos de Direito. Quem foi que disse que Coruja é sábia? É um conceito inserido no subconsciente da população, devido às características deste animal que sugerem uma sapiência maior que a dos outros. Aproveitar esta situação é o nosso desafio, tornar este símbolo em algo real, algo que a população em geral, que já tem bicho em bom conceito, se sinta "obrigada" a ajudar na sua preservação e expandindo a ideia, na proteção de seu habitat, o que favoreceria outras espécies menos carismáticas.
Um primeiro passo neste caminho seria criar uma campanha de divulgação dos animais nativos brasileiros, transformá-los em "garotos propaganda" da nossa natureza e isto pode-se dar através de alterações simples em alguns locais chaves, por exemplo nos livros escolares, em vez de aprendermos o "G" de girafa, aprenderemos o "G" de gambá, parece tolice, mas podemos perceber em outras culturas, a valorização da sua fauna e consequentemente o apelo a sua conservação. Um caso emblemático é o "Panda", símbolo da organização WWF, há toda uma rede de apoios a preservação desta espécie, que necessariamente não é a mais ameaçada de extinção. Precisamos aproveitar a inserção das espécies nativas nos diversos meios da sociedade para provoca-los a "adotar" estes mascotes, para que quando discutamos um empreendimento a população se sinta no direito e dever de participar, porque quer proteger a nossa fauna. Evidentemente exercendo mais pressão por bons estudos e discutindo a viabilidade do empreendimento.
É claro que o caminho não esta pronto, muito menos é fácil, há a necessidade de se criar todo um projeto pedagógico e de marketing, para que a população associe a imagem positiva que ela já tem da nossa fauna em atitudes reais para sua proteção, parte deste caminho já está pronto, a partir do momento que um time de futebol adota "Baleia" como símbolo, isto é uma propaganda grátis, só precisa ser trabalhada. E nem estamos citando outros exemplos da flora, que poderiam também ser melhor aproveitados, contribuindo na "valorização emocional" da nossa natureza.
Por: Michel Omena