Quando imaginávamos o blog do NUPAS tínhamos em mente
repassar informações sobre a fauna silvestre nativa do Estado de Santa
Catarina, principalmente, mas hoje nos surgiu a ideia de repassar a você
leitor, alguns dos animais silvestres exóticos para o Estado. Pois é, desde
pequenos somos influenciados pelos desenhos animados e filmes, como o clássico
Rei Leão, ou quando visitamos o zoológico acabamos dando maior ênfase e
destaque para animais que na sua grande maioria são exóticos para Santa
Catarina e o Brasil. O que poucos sabem, e o NUPAS vêm transmitir hoje, são as
implicações que esses animais causam sobre os nativos, ao serem soltos na
natureza.
Biologicamente os animais silvestres nativos pertencem a um
grande nicho, presentes nele várias cadeias alimentares, habitats,
comportamentos, preferências alimentares e diferentes hábitos. Quando animais
exóticos são integrados a esse nicho, acabam por interferir desarmonicamente
nos recursos oferecidos pelo habitat, como por exemplo, a competição por
alimentos. A inserção de animais exóticos à fauna local/nativa é um entre
tantos outros fatores que ameaçam a sobrevivência de determinados animais.
Há algum tempo atrás era muito comum caminhoneiros que
viajavam para as Regiões Centro-Oeste e Nordeste Brasileira se encantarem com
pequenos primatas, comprando-os e trazendo-os para seu filhos criarem como
animais de estimação, são os conhecidos Saguis – de – tufo – preto.
Infelizmente, na maioria das vezes essa relação não era muito boa, por se
tratarem de animais bravos, os donos acabavam soltando-os na natureza.
Cientificamente denominados Callithrix
penicillata, os saguis não ocorrem originalmente na Região Sul, porém foram
introduzidos na Mata Atlântica dessa região e tiveram uma ótima ambientação.
Pertencentes à família Callithrichidade apresentam, na maioria das espécies,
tufos e bigodes e possuem como característica uma interessante e longa cauda,
algumas vezes maior que o comprimento do corpo, não preênsil. Tem hábitos
arborícolas e se alimentam de frutos, insetos e gomas de árvores, assim como
outros primatas.
Outro animal conhecido na Serra e no Oeste catarinense é o
Javali, pertencente à ordem Artiodactyla,
família Suidae, gênero Sus e
nome científico como Sus scrofa. Este
animal é natural do Norte da África e Sudeste da Ásia com uma rápida expansão
da espécie na Europa, em uma escala curta de tempo este ser foi introduzido na
América do Sul com o objetivo da criação, principalmente na Argentina e no
Uruguai, de onde ingressou ao Sul do Brasil escapando do cultivo e se tornando
uma espécie exótica invasora, gerando problemas na fauna e na flora. Devido sua
agressividade e força, o animal acaba invadindo a área onde se encontram Catetos (Pecari tajacu) e Queixadas (Tayassu pecari) gerando competição por alimento e território, além de
inviabilizar as regenerações florestais, já que a espécie geralmente está
inserida em um grupo com média de 50 indivíduos liderados por fêmeas e possuem
uma taxa de reprodução relativamente alta. No quesito alimentação, esses
animais são onívoros, consumindo 95% de produtos vegetais (frutos, raízes,
tubérculos e capins) e 5% de origem animal (ovos, aves, larvas, minhocas, rãs e peixes).
Compreende-se também como espécie exótica, a Lebre, de ordem
Lagomorpha, família Leporidae, gênero Lepus e de nome científico
Lepus europaeus. Encontrada principalmente na Europa, no Norte da África e
na Ásia. Chegou aos territórios brasileiros no século passado através do Chile
e da Argentina, onde utilizavam o animal em fazendas de caça, porém, acabou
escapando pelo Sul do Brasil e chegando ao Sudeste, que é onde ocorre a maior
atividade da Lebre em relação a estragos em lavouras, utilizando dos recursos
(frutas, legumes e hortaliças) para se alimentar e gerando despesas aos
produtores rurais. São animais que possuem comprimento de 47 a 70 cm e sua
altura é de aproximadamente 30 cm, podendo chegar a 55 km/h, além de possuírem
uma ótima audição, olfato e tato.
Fique de olho, em breve novas publicações do NUPAS aqui no blog!
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Por: Mateus S. Fagundes e Thaís Hipólito
Fonte:
Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias
J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens - Medicina Veterinária. Editora Roca,
São Paulo.
São Paulo (estado). Polícia Militar do
Estado de São Paulo. Comando de Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo.
Ótima publicação, parabéns!
ResponderExcluirObrigado, O NUPAS agradece!
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