sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Exímios Invasores!


     Quando imaginávamos o blog do NUPAS tínhamos em mente repassar informações sobre a fauna silvestre nativa do Estado de Santa Catarina, principalmente, mas hoje nos surgiu a ideia de repassar a você leitor, alguns dos animais silvestres exóticos para o Estado. Pois é, desde pequenos somos influenciados pelos desenhos animados e filmes, como o clássico Rei Leão, ou quando visitamos o zoológico acabamos dando maior ênfase e destaque para animais que na sua grande maioria são exóticos para Santa Catarina e o Brasil. O que poucos sabem, e o NUPAS vêm transmitir hoje, são as implicações que esses animais causam sobre os nativos, ao serem soltos na natureza.
     Biologicamente os animais silvestres nativos pertencem a um grande nicho, presentes nele várias cadeias alimentares, habitats, comportamentos, preferências alimentares e diferentes hábitos. Quando animais exóticos são integrados a esse nicho, acabam por interferir desarmonicamente nos recursos oferecidos pelo habitat, como por exemplo, a competição por alimentos. A inserção de animais exóticos à fauna local/nativa é um entre tantos outros fatores que ameaçam a sobrevivência de determinados animais.
     Há algum tempo atrás era muito comum caminhoneiros que viajavam para as Regiões Centro-Oeste e Nordeste Brasileira se encantarem com pequenos primatas, comprando-os e trazendo-os para seu filhos criarem como animais de estimação, são os conhecidos Saguis – de – tufo – preto. Infelizmente, na maioria das vezes essa relação não era muito boa, por se tratarem de animais bravos, os donos acabavam soltando-os na natureza. Cientificamente denominados Callithrix penicillata, os saguis não ocorrem originalmente na Região Sul, porém foram introduzidos na Mata Atlântica dessa região e tiveram uma ótima ambientação. Pertencentes à família Callithrichidade apresentam, na maioria das espécies, tufos e bigodes e possuem como característica uma interessante e longa cauda, algumas vezes maior que o comprimento do corpo, não preênsil. Tem hábitos arborícolas e se alimentam de frutos, insetos e gomas de árvores, assim como outros primatas.
     Outro animal conhecido na Serra e no Oeste catarinense é o Javali, pertencente à ordem Artiodactyla, família Suidae, gênero Sus e nome científico como Sus scrofa. Este animal é natural do Norte da África e Sudeste da Ásia com uma rápida expansão da espécie na Europa, em uma escala curta de tempo este ser foi introduzido na América do Sul com o objetivo da criação, principalmente na Argentina e no Uruguai, de onde ingressou ao Sul do Brasil escapando do cultivo e se tornando uma espécie exótica invasora, gerando problemas na fauna e na flora. Devido sua agressividade e força, o animal acaba invadindo a área onde se encontram Catetos (Pecari tajacu) e Queixadas (Tayassu pecari) gerando competição por alimento e território, além de inviabilizar as regenerações florestais, já que a espécie geralmente está inserida em um grupo com média de 50 indivíduos liderados por fêmeas e possuem uma taxa de reprodução relativamente alta. No quesito alimentação, esses animais são onívoros, consumindo 95% de produtos vegetais (frutos, raízes, tubérculos e capins) e 5% de origem animal (ovos, aves, larvas, minhocas, rãs e peixes).
     Compreende-se também como espécie exótica, a Lebre, de ordem Lagomorpha, família Leporidae, gênero Lepus e de nome científico Lepus europaeus. Encontrada principalmente na Europa, no Norte da África e na Ásia. Chegou aos territórios brasileiros no século passado através do Chile e da Argentina, onde utilizavam o animal em fazendas de caça, porém, acabou escapando pelo Sul do Brasil e chegando ao Sudeste, que é onde ocorre a maior atividade da Lebre em relação a estragos em lavouras, utilizando dos recursos (frutas, legumes e hortaliças) para se alimentar e gerando despesas aos produtores rurais. São animais que possuem comprimento de 47 a 70 cm e sua altura é de aproximadamente 30 cm, podendo chegar a 55 km/h, além de possuírem uma ótima audição, olfato e tato.
     Fique de olho, em breve novas publicações do NUPAS aqui no blog!

Por: Mateus S. Fagundes e Thaís Hipólito

Fonte:

Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens - Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo.

São Paulo (estado). Polícia Militar do Estado de São Paulo. Comando de Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo.

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