segunda-feira, 23 de julho de 2012

Morcegos salvam vidas

   Os morcegos pertencem à ordem Chiroptera, palavra derivada do grego cheir (mão) e pteron (asa). Quirópteros são um dos grupos de mamíferos mais diversificados do mundo, com dezoito famílias, 202 gêneros e 1120 espécies.  Já no Brasil são conhecidas nove famílias, 64 gêneros e 167 espécies. Tradicionalmente os Chiroptera são divididos em duas subordens, os Megachiroptera e os Microchiroptera.
   Os Megachiroptera são morcegos gigantes que podem chegar a 1,70 m de envergadura e não ocorrem no Brasil. Já os Microchiroptera geralmente apresentam tamanho médio, podem pesar entre 3 e 190 gramas e ter envergadura entre 15 e 70 cm. São animais longevos, podendo atingir até 20 anos. Possuem hábitos noturnos, não são cegos, porém não diferenciam as cores definição, desta forma utilizam a ecolocalização para se localizar. 
   Alimentam-se de frutos, sangue, carne, entre outros. Sendo assim, os frugívoros desempenham importante papel biológico na dispersão de sementes. Os hematófagos alimentam-se de sangue, utilizam seus dentes incisivos para realizar pequenos cortes. Lançam um anticoagulante com a saliva e sorvem o sangue para fora, e é através de sua saliva que desempenham importante papel na medicina pois podem transmitir raiva (pouco comum em humanos) ou ainda salvar vidas!
   Um novo estudo descobriu que um medicamento derivado da proteína da saliva dos morcegos vampiros pode ter o mesmo efeito da injeção anticoagulante por até nove horas. Uma droga chamada Desmoteplase, pode ser administrada aos pacientes que sofreram um derrame, pois a mesma pode diluir o sangue e dissolver coágulos no cérebro, salvando vidas e limitando os danos causados por acidente vasculares cerebrais (AVC - popularmente: derrames). A pesquisa está em estados iniciais, e a expectativa é de que em três anos esse tratamento possa ser usado em larga escala.

Fonte:


REIS, N.R., PERACCHI, A.L., PEDRO, W.A., LIMA, I.P., Morcegos do Brasil. Londrina, 253 p. 2007.

Por: Thaís Hipolito e Vilmar Picinatto Filho
   

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