sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Exímios Invasores!


     Quando imaginávamos o blog do NUPAS tínhamos em mente repassar informações sobre a fauna silvestre nativa do Estado de Santa Catarina, principalmente, mas hoje nos surgiu a ideia de repassar a você leitor, alguns dos animais silvestres exóticos para o Estado. Pois é, desde pequenos somos influenciados pelos desenhos animados e filmes, como o clássico Rei Leão, ou quando visitamos o zoológico acabamos dando maior ênfase e destaque para animais que na sua grande maioria são exóticos para Santa Catarina e o Brasil. O que poucos sabem, e o NUPAS vêm transmitir hoje, são as implicações que esses animais causam sobre os nativos, ao serem soltos na natureza.
     Biologicamente os animais silvestres nativos pertencem a um grande nicho, presentes nele várias cadeias alimentares, habitats, comportamentos, preferências alimentares e diferentes hábitos. Quando animais exóticos são integrados a esse nicho, acabam por interferir desarmonicamente nos recursos oferecidos pelo habitat, como por exemplo, a competição por alimentos. A inserção de animais exóticos à fauna local/nativa é um entre tantos outros fatores que ameaçam a sobrevivência de determinados animais.
     Há algum tempo atrás era muito comum caminhoneiros que viajavam para as Regiões Centro-Oeste e Nordeste Brasileira se encantarem com pequenos primatas, comprando-os e trazendo-os para seu filhos criarem como animais de estimação, são os conhecidos Saguis – de – tufo – preto. Infelizmente, na maioria das vezes essa relação não era muito boa, por se tratarem de animais bravos, os donos acabavam soltando-os na natureza. Cientificamente denominados Callithrix penicillata, os saguis não ocorrem originalmente na Região Sul, porém foram introduzidos na Mata Atlântica dessa região e tiveram uma ótima ambientação. Pertencentes à família Callithrichidade apresentam, na maioria das espécies, tufos e bigodes e possuem como característica uma interessante e longa cauda, algumas vezes maior que o comprimento do corpo, não preênsil. Tem hábitos arborícolas e se alimentam de frutos, insetos e gomas de árvores, assim como outros primatas.
     Outro animal conhecido na Serra e no Oeste catarinense é o Javali, pertencente à ordem Artiodactyla, família Suidae, gênero Sus e nome científico como Sus scrofa. Este animal é natural do Norte da África e Sudeste da Ásia com uma rápida expansão da espécie na Europa, em uma escala curta de tempo este ser foi introduzido na América do Sul com o objetivo da criação, principalmente na Argentina e no Uruguai, de onde ingressou ao Sul do Brasil escapando do cultivo e se tornando uma espécie exótica invasora, gerando problemas na fauna e na flora. Devido sua agressividade e força, o animal acaba invadindo a área onde se encontram Catetos (Pecari tajacu) e Queixadas (Tayassu pecari) gerando competição por alimento e território, além de inviabilizar as regenerações florestais, já que a espécie geralmente está inserida em um grupo com média de 50 indivíduos liderados por fêmeas e possuem uma taxa de reprodução relativamente alta. No quesito alimentação, esses animais são onívoros, consumindo 95% de produtos vegetais (frutos, raízes, tubérculos e capins) e 5% de origem animal (ovos, aves, larvas, minhocas, rãs e peixes).
     Compreende-se também como espécie exótica, a Lebre, de ordem Lagomorpha, família Leporidae, gênero Lepus e de nome científico Lepus europaeus. Encontrada principalmente na Europa, no Norte da África e na Ásia. Chegou aos territórios brasileiros no século passado através do Chile e da Argentina, onde utilizavam o animal em fazendas de caça, porém, acabou escapando pelo Sul do Brasil e chegando ao Sudeste, que é onde ocorre a maior atividade da Lebre em relação a estragos em lavouras, utilizando dos recursos (frutas, legumes e hortaliças) para se alimentar e gerando despesas aos produtores rurais. São animais que possuem comprimento de 47 a 70 cm e sua altura é de aproximadamente 30 cm, podendo chegar a 55 km/h, além de possuírem uma ótima audição, olfato e tato.
     Fique de olho, em breve novas publicações do NUPAS aqui no blog!

Por: Mateus S. Fagundes e Thaís Hipólito

Fonte:

Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens - Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo.

São Paulo (estado). Polícia Militar do Estado de São Paulo. Comando de Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Data comemorativa?

   Todos sabemos que amanhã dia 7 de setembro (07/09) é feriado nacional, aonde são comemorados 190 anos da Independência do Brasil, um marco importante para a história brasileira, no qual o Brasil deixou de ser colônia de Portugal. Mas o que aconteceu no Brasil e no Mundo desde 1822? Vamos destacar alguns pontos importantes da história:
  • De 1822 até 1889 o período chamado de Brasil Imperial, inserido nele o sancionamento da Lei Áurea em 13 de maio de 1888.
  • Em 15 de novembro de 1889 ocorreu a Proclamação da República.
  • Iª Guerra Mundial que ocorreu de 1914 a 1918.
  • IIª Guerra Mundial de 1939 a 1945.
  • Em seguida a Guerra Fria que durou de 1945 a 1991.
  • Golpe Militar em 1964 no governo Jango.
  • Trazendo a Ditadura Militar que durou de  1964 até 1985.
  • No final da Ditadura Militar as Diretas Já (1983 - 1984).
  • O período de 1990 a 1994 marcado por altas inflações, com média anual de 765% .
  • Eco 92 no Rio de Janeiro, em 1992
  • As privatizações ocorridas nos Governos Collor (1990 - 1992), Itamar Franco (1992 - 1995) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002).
  • Governo Lula (2003 - 2010) marcado pelo Bolsa Família, Fome Zero e o Mensalão (2005 - 2006) a maior crise política.
  • Atualmente o Governo Dilma, a primeira presidenta brasileira eleita em 2011
  • Rio +20, no Rio de janeiro, em 2012.
   Todos esses dados nós aprendemos e estudamos na escola, mas e os animais de todas essas gerações? Hoje o NUPAS irá lhe apresentar algo que você provavelmente não aprendeu na escola. Sejam bem vindos ao "Reino Brasileiro dos Animais Ameaçados de Extinção"!
   O Brasil possui uma extensão de 8,5 milhões de km², cinco biomas importantes e o maior sistema fluvial do mundo, o que lhe confere o título de um país megadiverso, abrigando cerca de 13,2% da biota mundial. E de números o Brasil entende bem, segundo dados divulgados esse ano (2012) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sobre Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, traçam o retrato do desmatamento no País. A Mata Atlântica encontra-se em primeiro lugar, com apenas 12% da sua área natural preservada, trazendo em segundo lugar o Pampa que já perdeu 54% de sua área original e em terceiro lugar o Cerrado Brasileiro, o segundo maior bioma brasileiro, já foi desmatado cerca de 49,1% de sua área original. Esse crescimento desordenado causa uma distribuição, perda e fragmentação do habitat natural de muitas espécies da fauna silvestre brasileira, o que leva a um desequilíbrio ambiental e populacional, ocasionando por sua vez a extinção de algumas espécies.
  Soma-se hoje no Brasil, dentro do universo de espécies conhecidas pela ciência, cerca de 530 espécies de mamíferos, 1.800 de aves, 680 répteis, 800 de anfíbios e 3.000 peixes; além de uma imensidade ainda não mensurada de invertebrados. Dentre os instrumentos para avaliar a conservação da fauna brasileira estão as listas das espécies ameaçadas de extinção, as chamadas Listas Vermelhas. A lista vigente no Brasil até 2008, promulgada pelo IBAMA, segundo as portarias 1522/89; 45- N/92 e 62/97, continha 218 táxons. Porém, no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, lançado pelo IBAMA, com o apoio do Probio/MMA, em 2008, a nova lista consta de 627 táxons ameçados de extinção, entre os quais sete são as espécies extintas no Brasil segundo os pesquisadores (quatro invertebrados, um anfíbio e duas aves).
 
Fonte: MACHADO et al (2008)
 
 
        Proporção de espécies ameaçadas da lista brasileira
         nos diferentes biomas em cada categoria de ameaça.

Fonte: MACHADO et al (2008)
 
  Segundo MACHADO et al (2008) mais da metade dos táxons citados concentram-se na Mata Atlântica, seguido do Cerrado Brasileiro. Contendo como principais ameças e causas catalisadores do processo de extinção das espécies a supressão da vegetação, a exploração madeireira, as queimadas, a conversão dos campos em pastagens, as monoculturas, a poluição dos rios e oceanos, a construção de hidrelétricas com a transformação dos ambientes lóticos em lênticos, a introdução de espécies exóticas invasoras, a caça ou perseguição, a caça predatória e o comércio ilegal de espécies.
   Localizado no bioma da Mata Atlântica, infelizmente para o Estado de Santa Catarina não foi diferente, portanto seguem abaixo algumas espécies que ocorriam ou ocorrem no estado e que se encontram ameaçadas de extinção:
  • Ischnocnema manezinho, popularmente chamado de Manézinho, pertence a classe dos anfíbios, ocorre somente no Litoral Catarinense.
  • Chrysocyon brachyurus, um Canídeo mais conhecido pelo nome de Lobo - Guará, ocorria no Estado Catarinense.
  • Puma concolor, ainda ocorre no estado, porém não ocorre no Litoral Catarinense, apelidado de Puma, Onça parda, Suçuarana, entre outros.
  • Myrmecophaga tridactyla costumava ocorrer em Santa Catarina, é um mamífero com nome popular Tamanduá - bandeira.
  • Mazama nana, este cervídeo de muito difícil visualização é conhecido também como veado - bororó- do -sul.
  • Amazona pretrei , também chamado por Papagaio Charão ocorre principalmente na Serra Catarinense.
  • Xolmis dominicanus, é ela a Noivinha - de - rabo - preto uma ave.
  • Alouatta fusca, um mamífero muito conhecido como Bugio.
   Portanto caro leitor, vamos aproveitar esse feriado para pensar um pouco mais em nossas ações para com o meio ambiente e os animais silvestres, e tenham todos um ótimo feriado!
 
Por: Thaís Hipolito
 
Fonte:
IBGE
 
Revista Época Negócios
 
IUCN Red List
 
MACHADO, A.B.M., DRUMMOND, G.M., PAGLIA, A.P. (org) Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Vols. 1 e 2. Brasília: MMA, 2008.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Onça-pintada já pintou por aqui!

   Quem nunca sonhou em ter um felídeo selvagem de estimação, no quintal de casa? Ou então, as mulheres mais vaidosas, que sempre sonharam em ter uma bolsa, casaco ou outros acessórios feitos da pele desses animais? Ou ainda, os caçadores, quantos deles não sonharam em ter o couro desses animais expostos como troféu?
   Pois é, infelizmente algumas dessas ações humanas acabaram levando alguns desses animais a extinção em determinados estados ou regiões. Atualmente, a maior causa do declínio da população de felídeos selvagens na natureza é a distribuição e a fragmentação do seu habitat em consequencia do desenvolvimento agrícola e pecuário, da exploração da madeira e mineração, das construções de represas e hidrelétricas; além do tráfico ilegal e da perseguição direta em forma de caça e abate.
   É nessa situação que se encontra a onça-pintada, Panthera onca, segundo a IUCN esta espécie de felídeo está próxima da extinção. E a tendência populacional, ainda segundo a IUCN, está em declínio.
   A onça-pintada é um animal territorialista, de hábitos solitários e terrestres, sendo observada principalmente no período noturno. Pertencente a Família Felidae na Ordem Carnivora, alimenta-se portanto de mamíferos de grande e médio porte, répteis e peixes. Originalmente ocorria por todo o Brasil, estando atualmente restrita a algumas regiões. Habita áreas de vegetação densa, com suprimento de água abundante e presas em quantidade suficiente, incluindo florestas tropicais e subtropicais, cerrado, caatinga, pantanal e manguezal. 
   Observe abaixo a área de ocorrência de Panthera onca.
Fonte: IUCN

   No estado de Santa Catarina essa espécie de felídeo silvestre não é registrado desde a década de 80. Um dos últimos registros fiéis desta espécie data de 29/I/1972 no município de Urubici, conforme foto abaixo (Foto 1). Este macho adulto foi morto por um caçador do município após uma noite inteira de espreita, nesta data o animal foi exposto como troféu para toda a comunidade. Morto com um tiro no coração, o animal media 2,05 metros de comprimento total e pesava 84 kg. Através da foto pode-se observar que o animal desferiu uma patada no rosto do caçador, deixando-o com uma cicatriz para o resto da vida. Atualmente este animal encontra-se em exposição no Museu do Homem do Sambaqui, localizado no Colégio Catarinense, no município de Florianópolis (Foto 2 e 3).

Foto 1: Orquiso Fotografias Urubici/SC
Foto 2: Arquivo do NUPAS
 Foto 3: Arquivo do NUPAS

Fonte:
Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens - Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo.

IUCN Red List

Por: Thaís Hipolito e Vilmar Picinatto Filho


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Bicho da semana

   Procyon cancrivorus  é o escolhido da semana, mais conhecido como mão-pelada, este animal é extremamente adaptável e oportunista, habitando desde florestas densas, brejos e manguezais até áreas degradadas e periferias urbanas. O mão-pelada é um animal de hábitos noturnos e se alimenta de peixes, crustáceos, moluscos, insetos, anfíbios e frutos. Pode pesar entre 2,5 e 10 kg e medir até 100 cm de comprimento, caracterizando um animal de porte médio, possui uma cauda longa ornada de largos anéis escuros e amarelados. Veja abaixo o vídeo de dois indivíduos da espécie Mão-pelada se abrigando da chuva, este vídeo compõem o arquivo do NUPAS
 
 
Espécie: Procyon cancrivorus
Local: Fazenda Santo Antônio (Klabin) - Rio Rufino/SC
Projeto: Avaliação da conectividade entre áreas silvestres através do diagnóstico de mamíferos de grande e médio porte (Convênio Técnico-científico entre UDESC E KLABIN pelo Sétimo Termo Aditivo)

Fonte:
Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens - Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo.

São Paulo (estado). Polícia Militar do Estado de São paulo. Comando de Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo.


Por: Thaís Hipolito







 
 

sábado, 18 de agosto de 2012

Pensando bem...

  Queridos leitores, vamos inaugurar as atualizações de final de semana com o "pé direito" e que as imagens abaixo sirvam para uma reflexão pessoal sobre suas atitudes para com o meio ambiente. O NUPAS realiza projetos de educação ambiental, os quais instruem a comunidade no geral a preservar o nosso habitat e dos animais silvestres de uma maneira sustentável a ambos os lados.








   Vamos todos cuidar do nosso planeta! Bom final de semana a todos!

Por: Thaís Hipolito


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nem tudo que parece é!

   Nesta época do ano é comum observar reportagens na mídia (jornal e televisão) sobre o aparecimento de animais silvestres marinhos, como focas, pinguins, baleias, lobos-marinhos, entre outros, na costa brasileira, principalmente na Região Sul. Porém com o interesse voltado para a interferência humana nesse processo de aparecimento de animais debilitados ou mortos, acabam não dando ênfase nos próprios indivíduos marinhos.Portanto, para esclarecer maiores dúvidas e alguns erros, o NUPAS transmite seus conhecimentos sobre os Pinípedes.
   A subordem Pinnipedia pertence à Ordem Carnivora e inclui mais de 30 espécies, divididas em três famílias: Família Odobenidae, Otariidae e Phocidae. Dentre as quais somente sete espécies já foram registradas em território brasileiro, desde a região sul até a nordeste, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis através do Plano de Ação Versão II - Mamíferos Aquáticos do Brasil de 2001, indicando ainda que não há presença de colônias reprodutivas no Brasil, sendo a maioria dos registros representados por indivíduos machos e jovens adultos.
   São carnívoros aquáticos encontrados desde os pólos até os trópicos, podendo ser visualizados no Brasil principalmente no período de inverno e primavera. Seu habitat é principalmente marinho, tendo como característica unificadora dos Pinípedes a longa permanência na água, com períodos em mar aberto para alimentação. Porém em algum momento precisam retornar a um substrato sólido (terra ou gelo) para reproduzir-se, mudar a pelagem ou descansar. No geral, são animais de grande porte, com o corpo alongado coberto de pelos e com uma espessa camada de tecido adiposo subcutâneo, o que os mantém protegidos das baixas temperaturas. Seu organismo é adaptado ao ambiente marinho e ao mergulho, permanece em apnéia, bradicardia, seus músculos são ricos em mioglobina e ainda possuem grande capacidade de armazenamento sanguíneo, desviando o sangue para os órgãos vitais (cérebro e coração), o que lhes conferem a habilidade de passar longos períodos embaixo d’água em concentrações diminuídas de oxigênio.
Foto: Apostila do Curso de Oceanografia da UNIVALI do Profº Andre Barreto

   Estes animais se alimentam principalmente de peixes, alimento rico em proteínas, vitaminas e minerais. E não... eles não ingerem água salgada! Sua obtenção de água se dá através do alimento, são raríssimos os momentos de ingestão voluntária de água salgada, essa necessidade é suprida pelo alto teor de água presente no peixe e também pela combustão de gorduras do mesmo. Por isso é comum observar em recintos de reabilitação a presença de um recipiente com água doce.
   A Família Odobenidae, que possui como principal representante as morsas, não foi registrada no Brasil. A Família Otariidae possui os representantes popularmente conhecidos como lobos e leões-marinhos. E a Família Phocidae inclui as focas em geral, inclusive os elefantes-marinhos.
   Os Focídeos possuem o corpo fusiforme e arredondado, pescoço curto e volumoso e não possuem pavilhões auriculares. As unhas estão localizadas nas pequenas nadadeiras anteriores. Deslocam-se em terra arqueando seus corpos, pois possuem as nadadeiras anteriores curtas, impossibilitando de usarem-na como apoio. Os machos possuem os testículos intra-abdominais. Um dos representantes registrados em território brasileiro é a Mirounga leonina popularmente conhecida como elefante-marinho-do-sul, seu habitat é em praias arenosas e de seixo rolados, o macho pode pesar até 5.000 kg. Hydrurga leotonyx, ou chamada popularmente de foca-leopardo, possui os blocos de gelo flutuantes como habitat e a fêmea desta espécie pode pesar até 590 kg. E a popularmente conhecida como foca-caranguejeira, Lobodon carcinophagus, também possui seu habitat em blocos de gelo flutuantes e seus representantes podem pesar até 230 kg, é o pinípede mais abundante do mundo. Todos os focídeos registrados na costa brasileira são listados pela IUCN como animais de baixo risco de extinção.

Foto: Fundação Jardim Zoológico de Niterói

  Os Otarídeos são animais mais delgados, possuem pescoço longo, pavilhões auriculares pequenos proeminente, possuem as nadadeiras anteriores alongadas e unhas rudimentares, e os membros posteriores alojam as unhas com desenvolvimento normal. Em terra deslocam-se com relativa rapidez e agilidade sobre os quatro membros. Possuem quatro representantes já registrados na costa brasileira, entre eles está a Otaria byronia (ou O. flavescens), na qual o macho pode pesar até cerca de 350 kg e a fêmea 140 kg, são popularmente conhecidos como Leão-marinho-do-sul, podem atingir até 280 cm de comprimento e são encontrados em praias arenosas e de seixos rolados ou costões rochosos. Outro representante é o Lobo-marinho-do-sul, Arctocephalus australis, que possui seu habitat principalmente em costões rochosos, em que o macho pode pesar até 200 kg e a fêmea apenas 50 kg. Artocephalus tropicalis ou também conhecido como Lobo-marinho-subantártico o macho pode pesar até 160 kg e medir 200 cm de comprimento, já a fêmea mede até 140 cm de comprimento e pode pesar no máximo 50 kg, são encontrados também em costões rochosos. E o Lobo-marinho-antártico, Artocephalus gazella, aonde a fêmea pode pesar até 40 kg e o macho 200 kg, seu habitat principal são as praias de seixos rolados e costões rochosos. Segundo a IUCN todos os otarídeos registrados no Brasil possuem baixo risco de extinção.

Foto: Zoológico de São Paulo

   E então caro leitor, nem tudo que parece é, não? Os focídeos e otarídeos são muito parecidos sim, mas são totalmente diferentes para os leitores do blog É o Bicho a partir de hoje! Portanto, ao observar, ler e assistir sobre os Pinipedes não deixe que falsas informações sejam transmitidas, informe você o seu conhecimento que o NUPAS ajudou a construir!

Por: Thaís Hipolito

Fonte:


Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens - Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O animal mais barulhento

   Da Ordem dos Primatas, o Alouatta guariba, popularmente conhecido como bugio, ou guariba (da língua tupi-guarani, onde “guár – ayba” quer dizer individuo feio e ruim), é o animal mais barulhento encontrado na fauna silvestre catarinense. O seu osso hióide (com localização caudal à língua e cranial à laringe) funciona como uma caixa de ressonância, auxiliando em suas vocalizações.
   São corpulentos e ágeis, com uma cauda que apresenta musculatura desenvolvida, que contribui para o bugio se pendurar nas árvores, ou até mesmo, segurar objetos. Alimentam-se de brotos, folhas novas, flores, frutos e sementes (principalmente da araucária).
   Vivem em bandos de 4 a 12 animais de diversas idades e sexos, guiados por um macho alfa, geralmente o mais velho do bando,  chamado de "capelão". O mesmo se responsabiliza pela vigilância, em ocasião de perigo iminente o macho alfa emite sons característicos para que todos do bando consigam fugir. Caso o "capelão" descuidar da vigília, o mesmo é castigado.
   As mães são extremamente cuidadosas e carinhosas com seus filhos, carregando-os no colo ou em suas costas. Caso necessitem saltar grandes distâncias, um dos adultos atravessa e utilizando os membros fixa-se como uma ponte, para que por cima deste todos passem.
   São animais quietos, preguiçosos e mansos. Possuem hábito diurno, e as horas de maior movimento são observadas nos períodos matutinos e crepuscular. Uma curiosidade sobre estes animais é que quando está para chover, todos juntos se põem a vocalizar no topo de uma grande árvore, surgindo então um ditado popular associado à vocalização do bugio: “Guariba na serra, chuva na terra”.
    Em algumas ocasiões sua voz pode ser escutada a 5 km de distância, sendo capazes de informar sua própria posição aos grupos mais próximos, permitindo também demarcar seu território. Seu ronco (popularmente chamado) pode ser escutado a qualquer hora do dia, especialmente no período da manhã ou fim da tarde (maior movimentação). O Bugio é encontrado em todo o Estado de Santa Catarina, porém ocorre desde a região costeira da Bahia até o Rio Grande do Sul. 
 Por: Daiane Dall'Agnol
Fontes:

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A resposta é ...

   Após muitas tentativas e quase acertos, infelizmente leitores não houve nenhum ganhador da nossa promoção! Como resultado da avaliação que o NUPAS realizou através dessa promoção, o mesmo encontra-se engrandecido e lisonjeado pelas proporções que o blog É o Bicho tem tomado. Hoje o blog tomou proporções muito maiores do que o imaginado, recebemos e-mails de leitores de quase todas as regiões brasileiras. Portanto, agradecemos a você leitor por fazer parte desse projeto e acreditar na veracidade de nossas informações, sendo visto que a internet é um meio com muitas informações falsas. Por fim, gostariamos de deixar novamente nosso contato para que possamos interagir, esclarecendo dúvidas e postando algo de interesse do leitor, o nosso endereço de correio eletrônico é: nupasudesc@gmail.com .
   E a resposta? Pseudalopex gymnocercus, ou conhecido popularmente como Graxaim-do-campo. Esta espécie está classificada, segundo a IUCN, com risco de ameaça pouco preocupante. É um animal nativo do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai encontrado em áreas de campo nativo. Alimenta-se de pequenos roedores, répteis e frutos, estando ativo em todas as horas do dia.

Foto: Arquivo do NUPAS.

Por: Thaís Hipolito e Vilmar Picinatto Filho

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Que bicho é esse?

   Os animais, assim como os seres humanos, utilizam da vocalização para se comunicar, seja na época de acasalamento ou até mesmo para defender o seu território. Cada animal reproduz um som diferente. O NUPAS através de suas saídas à campo obtém algumas vocalizações que compõem o arquivo do núcleo, sendo utilizado como material de pesquisa.
O Núcleo resolveu avaliar a popularidade do blog É o Bicho e o quanto de informação estão conseguindo repassar a você leitor. Portanto, hoje vamos sortear um brinde para o primeiro leitor que responder a seguinte pergunta: A qual espécie esse som pertence?
   O som que está em jogo é o mais estridente que se ouve bem entre os 9 e 10 segundos do vídeo, e aparece também outras vezes no decorrer do vídeo. A dica do núcleo é: este animal pertence a fauna silvestre nativa catarinense!
   A resposta deve ser enviada para o e-mail do NUPAS (nupasudesc@gmail.com) juntamente com o seu nome completo. Relembrando, o ganhador será aquele que enviar a resposta correta primeiro. A divulgação do ganhador será amanhã (27/07/2012) no blog, caso não haja um ganhador até amanhã, assim que o mesmo aparecer a divulgação ocorrerá.
   E aí, já descobriu que animal é esse?


Por: Thaís Hipolito

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Morcegos salvam vidas

   Os morcegos pertencem à ordem Chiroptera, palavra derivada do grego cheir (mão) e pteron (asa). Quirópteros são um dos grupos de mamíferos mais diversificados do mundo, com dezoito famílias, 202 gêneros e 1120 espécies.  Já no Brasil são conhecidas nove famílias, 64 gêneros e 167 espécies. Tradicionalmente os Chiroptera são divididos em duas subordens, os Megachiroptera e os Microchiroptera.
   Os Megachiroptera são morcegos gigantes que podem chegar a 1,70 m de envergadura e não ocorrem no Brasil. Já os Microchiroptera geralmente apresentam tamanho médio, podem pesar entre 3 e 190 gramas e ter envergadura entre 15 e 70 cm. São animais longevos, podendo atingir até 20 anos. Possuem hábitos noturnos, não são cegos, porém não diferenciam as cores definição, desta forma utilizam a ecolocalização para se localizar. 
   Alimentam-se de frutos, sangue, carne, entre outros. Sendo assim, os frugívoros desempenham importante papel biológico na dispersão de sementes. Os hematófagos alimentam-se de sangue, utilizam seus dentes incisivos para realizar pequenos cortes. Lançam um anticoagulante com a saliva e sorvem o sangue para fora, e é através de sua saliva que desempenham importante papel na medicina pois podem transmitir raiva (pouco comum em humanos) ou ainda salvar vidas!
   Um novo estudo descobriu que um medicamento derivado da proteína da saliva dos morcegos vampiros pode ter o mesmo efeito da injeção anticoagulante por até nove horas. Uma droga chamada Desmoteplase, pode ser administrada aos pacientes que sofreram um derrame, pois a mesma pode diluir o sangue e dissolver coágulos no cérebro, salvando vidas e limitando os danos causados por acidente vasculares cerebrais (AVC - popularmente: derrames). A pesquisa está em estados iniciais, e a expectativa é de que em três anos esse tratamento possa ser usado em larga escala.

Fonte:


REIS, N.R., PERACCHI, A.L., PEDRO, W.A., LIMA, I.P., Morcegos do Brasil. Londrina, 253 p. 2007.

Por: Thaís Hipolito e Vilmar Picinatto Filho
   

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Conheça um pouco mais sobre a Legislação

   Para entender um pouco mais sobre os animais silvestres devemos saber o seu significado, não apenas o que significam para o meio ambiente, mas também o que eles são afinal. Segundo o artigo 29 §3º da Lei Federal nº 9.605/98, entende-se por fauna silvestre nativa, os animais “pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte do seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras”. Quanto à fauna silvestre exótica, “esta compreende as espécies nativas que não ocorrem dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras”. Já a fauna doméstica, “esta é constituída pelas espécies que, ao longo de um lento processo evolutivo e através de processos tradicionais de manejo, passaram a ter características biológicas e comportamentais com estreita dependência do homem”. Então como exemplos de animais silvestres nativos o Estado de Santa Catarina têm – popularmente chamado -o Papagaio Charão, o Mão Pelada, a Cobra Coral, a Jacutinga, o Gato Pequeno do Mato, entre outros, que merecem o nosso respeito com relação a sua conservação.
   O ramo das ciências biológicas permite a você leitor entender um pouco mais sobre o planeta que você habita. Todos os animais formam uma grande interação, direta ou indiretamente. E como seres racionais, parte de nós seres humanos a consciência de conservação do planeta, e das espécies que nele habitam. Os animais silvestres nativos de determinada região interagem com o meio ambiente também de forma harmônica e equilibrada. Em grande parte dos casos este equilíbrio é perturbado pela atividade humana, simplesmente pela produção de alimentos ou pela exploração dos recursos naturais necessários à produção industrial. Tais atividades colocam em risco a manutenção das populações silvestres por efeitos negativos que são inerentes aos processos exploratórios, como por exemplo a fragmentação e redução do habitat. Portanto, compete ao Poder Público a proteção dos animais silvestres através de Leis.
   Segue abaixo partes da Constituição da República Federativa Brasileira, leis e alguns decretos referentes à fauna silvestre.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA BRASILEIRA

TÍTULO VII – Da Ordem Social
CAPÍTULO VI – Do Meio Ambiente

“Art.225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incube ao Poder Público:
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
VII- proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma de lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.”

TÍTULO III – Da Organização do Estado
CAPÍTULO I – Da Organização Político-Administrativa

“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;”

Lei nº 5.197 de 3 de janeiro de 1967
Dispõe sobre Proteção à Fauna, e dá outras providências.
“Art. 1º - Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninho, abrigos e criadouros naturais, são propriedade do Estado, sendo proibido sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.
Art. 3º - É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha.”

Decreto nº 24.645, de 10 de julho de 1934
Estabelece Medidas de Proteção aos Animais
“Art. 1º - Todos os animais existentes no País são tutelados do Estado.
§ 3º - Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Ministério Público, seus substitutos legais e pelos membros das sociedades protetoras dos animais.”
Bibliografia Complementar:
Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens - Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo.


Por: Thaís Hipolito

terça-feira, 3 de julho de 2012

O próximo Sherlock Holmes é Catarinense?

   Essa é para você estudante ou profissional que pensa em ser o próximo Sherlock Holmes, porém numa nova edição "Desvendando a Fauna Silvestre". O profissional que trabalha com animais silvestres pode ser popularmente chamado de detetive, pois seu trabalho em reconhecer os animais de determinada região se assemelha à uma investigação. Nesta área de trabalho, o profissional deve buscar o máximo de informações presentes no ambiente, como por exemplo fezes, alimentos comidos, pegadas, entre outros, para assim conhecer um pouco mais sobre o comportamento animal.
   Portanto, vamos ver se o NUPAS está auxiliando você leitor a conhecer e descobrir um pouco mais sobre a fauna silvestre.  
   Nesta foto está presente um número "x" de indivíduos já apresentados no blog É o Bicho, o NUPAS quer saber: Será que você sabe quantos são e qual a espécie dos mesmos?  
  Esta foto foi tirada com o auxílio da armadilha fotográfica Bushnell na Fazenda Santo Antônio (Rio Rufino/SC), no dia 27/V/2011 pela manhã. Compõem o arquivo do NUPAS, juntamente ao projeto "Avaliação da conectividade entre áreas silvestres através do diagnóstico de mamíferos de grande e médio porte" (Convênio UDESC e KLABIN pelo Sétimo Termo Aditivo).

Por: Thaís Hipolito

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nosso mascote!

   Na Ordem Carnívora encontra-se a família Procionydae, que se divide em subfamília Ailurinae e Procyninae (os chamados procionídeos verdadeiros), a qual apresenta importantes representantes da fauna catarinense, são eles o quati e o mão-pelada. São animais de porte médio, perna curta e pelagem densa. São plantígrados, possuindo cinco dedos bem desenvolvidos em todas as patas e as garras não são retráteis, o que permite uma melhor identificação através das pegadas. As mãos são móveis o que lhes conferem o título de ótimos escaladores e ainda a habilidade de cavar. São animais onívoros que possuem os dentes molares adaptados para o esmagamento dos alimentos.
   No território brasileiro o Quati ocupa quase todas as regiões, sendo comumente encontrado próximo de turistas ou outras unidades de conservação, como por exemplo no mirante da Serra do Rio do Rastro, Bom Jardim da Serra/SC.
Fonte: Arquivo do NUPAS

   O Nasua nasua (Quati) possui características de fácil identificação como o formato do corpo e o focinho longo que se destaca dos olhos e orelhas pequenos. A coloração do peito e abdome apresenta-se mais amarelada, diferente das partes superiores que está entre cinza e variações de marrom-claro, avermelhado e marrom-escuro. Possui uma cauda vistosa, longa e ornada de anéis claros e escuros, sendo carregada em posição vertical.
   Possuem hábitos diurnos sendo observados em grandes grupos. São animais terrestres e arborícolas, suas patas e seu longo focinho lhe auxiliam na obtenção do alimento, explorando troncos e tocas. As árvores também são utilizadas na fuga, para passar a noite e para fêmeas terem seus filhotes.
 
Fonte: Arquivo do NUPAS
Fonte: Arquivo do NUPAS


Texto de: 
Cubas Z.S., Silva J.C.R. & Catão-Dias J.L. (ed.), Tratado de Animais Selvagens – Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo. 


Por: Thaís Hipolito

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Nome de grandes discussões


Hydrochoerus hydrochaeris é o nome científico de um animal pertencente a fauna local (planalto catarinense) chamado popularmente de Capivara, Capincho ou Carpincho. Esse belo herbívoro vive socialmente em grupos de dezenas de animais, geralmente próximo às áreas úmidas ou alagadas.

São pertinentes as discussões sobre a nomenclatura científica mais apropriada para a espécie, entre:

Hydrochaeris hydrochaeris;
- Hydrochoerus hydrochaeris;
- Hydrochoerus hydrochoerus;
- variantes (e.g., 'hydrochoeris').

Atualmente, a nomenclatura Hydrochoerus hydrochaeris é a considerada válida, segundo o qual a International Commission on Zoological Nomenclature (1998, Opinion 1894) decidiu que Hydrochoerus foi primeiramente disponível por Brisson, 1762, então tem prioridade sobre Hydrochaeris, Brünnich, 1772. Devido à sua etimologia, ýdor = água + choiros = porco.

São animais territorialistas, sendo o macho dominante o principal responsável pela marcação do território, dessa forma o mesmo usa uma glândula localizada na superfície dorsal do focinho, denominada glândula nasal (Costa et. al., 2002).
Assista o vídeo abaixo e veja nitidamente essa estrutura:





Espécie: Hydrochoerus hydrochaeris
Local: Fazenda Palmital do Areão (Klabin) - Santa Cecília/SC
Data: 12/XII/2011
Projeto: Avaliação da conectividade entre áreas silvestres através do diagnóstico de mamíferos de grande e médio porte (Convênio Técnico-científico entre UDESC E KLABIN pelo Sétimo Termo Aditivo)
Identificador: PICINATTO FILHO, V.

Leia mais: QUEIROLO, D.; VIEIRA, E.; REID, F. 2008. Hydrochoerus hydrochaeris. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. www.iucnredlist.org

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Visita ao Parque Nacional de São Joaquim

Ontem, 20.06, os alunos da disciplina de Manejo de Áreas Silvestres, oferecida aos cursos de Engenharia Florestal, Medicina Veterinária e Agronomia, da Universidade do Estado de Santa Catarina realizaram visita técnica ao Parque Nacional de São Joaquim na cidade de Urubici/SC.
Nesta oportunidade, acompanhados do analista ambiental do ICMBio e chefe do PARNA Michel Omena, os alunos conheceram o histórico da região, a motivação à criação desta Unidade de Conservação (UC), os desafios em gerir uma UC, em especial o PARNA de São Joaquim que é a oitava UC mais visitada no país, apresentou as pesquisas hoje realizadas na UC e também divertiu todos com suas dinâmicas e "experimentos".
Nesta oportunidade os alunos enterraram uma capsula do tempo contendo muitas redações das expectativas que os mesmos tem para o futuro da UC e de sua vida.
No ponto de vista de gestão desta UC Michel reforça que a UDESC se faz presente neste processo pela participação efetiva no conselho consultivo desta UC, na figura do Professor Dr. Pedro Volkmer de Castilho.
Além disso, por mais de 3 anos os professores do NUPAS selecionam voluntários para participar das atividades de educação ambiental, ecoturismo e pesquisa da UC.
Abaixo veja algumas imagens desta visita.
Matinha nebular

Graxaim-do-campo

Pegadas de Puma na estrada

Morro da Igreja
Pedra furada

Alunos com a capsula do tempo

André enterrando a capsula do tempo

Saiba mais sobre o PARNA de São Joaquim pelo texto compilado:
O Parque Nacional de São Joaquim está situado na região sul, mais precisamente na região serrana do estado de Santa Catarina. Embora próximo a cidade de São Joaquim, o seu acesso se faz pelos municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra. Também tem áreas dentro do parque os municípios de Orleans e Grão Pará, na parte de baixo da serra do Mar.
A criação do parque, em julho de 1961, está ligada à necessidade de proteção dos remanescentes de Matas de Araucárias, que se encontram dentro de seus 49.300 hectares. O parque está predominantemente inserido no bioma Mata Atlântica.
Além de conservar ecossistemas existentes na Unidade de Conservação, ela foi criada com o objetivo de promover a educação ambiental, a pesquisa e a visitação pública.
A região oferece uma paisagem magnífica. Os cartões-postais são a Pedra Furada e o Morro da Igreja. É possível fazer caminhadas passando pelas Matas de Araucárias, pelas nascentes de diversos rios, entre eles o rio Pelotas, que também é conhecida como nascente do Rio da Prata.
Na região nordeste do Parque encontra-se as maiores altitudes, sendo o ponto máximo o Morro da Igreja, com 1.822 metros. No centro do Parque também há áreas bastante elevadas, com altitudes acima de 1.650 metros. Essa região do parque é denominada Campos de Santa Bárbara.
Outro aspecto importante da Unidade é a sua formação geológica, composta por rochas vulcânicas, denominadas Basalto, que formam conjuntamente com as formações de Arenito um local propício a recarga e descarga do Aquífero Guarani, estudos datam estas formações com aproximadamente 133 milhões de anos.
Fonte: ICMBio (http://www.icmbio.gov.br/)